Foto: https://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia
MARLENE ANDRADE MARTINS
( Brasil – Minas Gerais )
Marlene Andrade Martins, de Belo Horizonte, deixou Minas ainda criança.
Morou em vários Estados (RS, SP, RJ, GO, DF) e atualmente vive nos Estados Unidos, embora passe de três a quatro meses no Brasil todos os anos. Desde muito jovem participou de vários movimentos estudantis e feministas. Durante sua estada em Brasília, teve atuação nas áreas de teatro e cineclubismo. Hoje dedica parte de seu tempo a uma associação de
brasileiros na Universidade de Indiana (EUA).
Fonte: http://www.jornaldepoesia.jor.br/mandrade.html#bio
***
Possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal de Goiás (1996). Especialista em Microbiologia pelo Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG (2000).
Mestrado pela Universidade Federal de Goiás (2008). Doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFG (2012). Atualmente é professora Associado I do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí. Membro da Comissão Interna de Gerenciamento de Resíduos, da Comissão de Avaliação Docente e do Núcleo Docente Estruturante (NDE) da Regional Jataí da UFG.
Tem experiência na área de Enfermagem em tratamento de feridas, controle de infecção, assistência de enfermagem em saúde clínica do adulto, manejo de resíduos em serviços de saúde e risco cardiovascular.
Fonte: https://www.escavador.com/sobre/1859197/marlene-andrade-martins
REVISTA DE POESIA E CRÍTICA Ano XVIII No. 18 Brasília – São Paulo – Recife — 1994.
Ex. doação do livreiro Brito – DF
COLO DE GARÇA
Para Domingos Carvalho da Silva
Numa repetição de outros encontros
divagamos com amenidades sobre literatura,
redundamos expectativas sobre economia.
Diversificação já quase em real.
Contraste entre o brilho e o fosco, adamascados,
os guardanapos forraram a mesa para servir
vinhos e guloseimas; o olhar baixo, entornou-o,
dando ênfase às iniciais dos nomes bordados em relevo.
Estáticas, as pratas — baixelas e ornamentos —
escurecem, sem saudosismo das mãos tantos anos
ausentes
do teclado, que as tornavam novas sempre.
Tudo estava ali inanimado.
O azul do grande Cristo,
a paisagem da pequena casa de campo,
a mosca de prata, os rostos dos tigres esculpidos
nos braços das cadeiras de descanso, a porcelana, os
tapetes...
sem nunca saber quem os delimitou lá,
agasalhando o prazer e a posse,
para que agraciassem a vida.
Agora o vazio explode de seu oculto significado.
E tudo se retrata em uma única frase:
Ela estava linda, morta.
O silêncio engoliu, a seco, as palavras
refletidas na ansiedade dos porquês.
*
VEJA e LEIA outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html
Página publicada em fevereiro de 2023
|